Débora Pimentel
14 fevereiro 2025
7 min para ler
Todo o processo de tradução da Bíblia foi complicado pois os manuscritos estavam em hebraico sem vogais e sem sinais de pontuação. No grego, grande parte dos textos estavam escritos em maiúsculas e também sem sinais de pontuação. Mas graças a peritos e estudiosos da Bíblia conseguiu-se traduzir esses textos.
Para que a tradução da Bíblia seja precisa e sem erro usam-se diferentes áreas de estudo principais:
Na época, quando, por exemplo, o apóstolo Paulo escrevia uma carta, os crentes ao receberem essa carta faziam uma cópia, manuscrito, para que mais pessoas tivessem acesso a ela. Mas, depois, outra pessoa fazia uma cópia da cópia e assim sucessivamente. Por isso hoje não temos os originais. Nós temos cópias, de cópias das cartas. É com esses manuscritos que se faz o estudo dos textos.
Quando comparamos as várias cópias podemos ver algumas diferenças, mas são mínimas, como por exemplo: Cristo Jesus, Jesus Cristo ou Jesus Cristo nosso Senhor. Esses erros devem-se a audição pois muitos dos manuscritos eram ditados enquanto outros escreviam. Outros erros são de duplicação ou omissão pois a mesma linha era copiada duas vezes ou então saltavam uma linha.
Temos também, por exemplo, o caso de Marcos 16.17-18 faltarem nos 5 manuscritos mais antigos que temos, mas aparecem em todos os outros mais recentes.
Então porque constam na Bíblia? Qual é o critério? É mais importante um manuscrito com datação mais próximo do original ou um texto que aparece na maioria dos manuscritos?
Quem faz a reconstituição dos textos originais tem de examinar todos os manuscritos conservados e pesquisar diversos pontos:
NÚMERO DE MANUSCRITOS DO MESMO TEXTO
Quanto maior for o número de manuscritos de um texto, maior será a probabilidade de chegarmos ao texto original.
O Antigo Testamento tem manuscritos com muito boa qualidade, mas com número reduzido de manuscritos, por diversas razões:
Mas o Antigo Testamento deve a sua exatidão à habilidade e à confiança que os escribas transmitiam nesses escritos, pois tinham muito mais cuidado e rigor devido à escassez de manuscritos.
O Novo Testamento tem preservados aproximadamente 5.300 manuscritos do antigo texto do grego.
Este número não é fixo pois de tempos a tempos são encontrados mais manuscritos aumentando este número.
Não contabilizados nestes números temos ainda milhares de citações que autores antigos fizeram das Escrituras. Só com as citações dos pais da igreja do séc. II e III d.C. poderíamos reconstruir todo o Novo Testamento, com exceção de apenas 11 versículos que não aparecem em nenhuma das citações descobertas.
Da Vulgata Latina (final do séc. IV, princípio do séc. V) temos cerca de 10.000 manuscritos.
E, temos ainda os lecionários da igreja do séc. VI d.C. que continham textos selecionados para serem lidos nos cultos. Nesses lecionários encontramos várias partes de textos dos Evangelhos, Atos e Epístolas.
Todo este material ajuda-nos a confirmar os textos originais, comprovando que a Bíblia é credível e sem margem de erro.
O segundo texto antigo com mais manuscritos, depois do Novo Testamento, são os poemas de Homero (séc. VIII a.C.) com apenas 643 manuscritos.
O Novo Testamento em relação a outros textos antigos tem muito mais base de estudo, logo muito maior confiança.
DATAÇÃO DOS MANUSCRITOS
Quanto ao tempo que separa o original da cópia, podemos dizer que, quanto menor for esse tempo, menos possibilidades há de terem erros de transcrição.
Contendo todo o texto do Novo Testamento, temos manuscritos que datam da primeira metade do séc. IV d.C., ou seja, temos uma distância de mais ou menos 250 anos.
Quanto a fragmentos do Novo Testamento essa distância é cerca de 30 anos.
Se compararmos com outras obras mais antigas, temos os manuscritos de Platão (Séc. IV a.C.) com uma distância de mais ou menos 1200 anos e Aristóteles (Séc. IV a.C.) de 1400 anos. Quanto a fragmentos da literatura mais antiga temos os de Homero com uma distância cerca de 500 anos.
Mais uma vez, o Novo Testamento tem muito mais credibilidade devido à proximidade que tem dos originais, comparando a textos da literatura clássica mais antiga.
DESGASTE E DETERIORAÇÃO DOS MANUSCRITOS
Quanto à credibilidade dada devido ao desgaste e deterioração dos manuscritos, podemos dizer que num total de 20.000 linhas que constituem o Novo Testamento, apenas 40 apresentam alguma escrita duvidosa, ou seja, 0,2% de linhas duvidosas.
Comparando com textos clássicos mais antigos temos uma percentagem de 4,9% de linhas duvidosas.
Destes 0,2% de escrita duvidosa apenas 1/6 deles tem a possibilidade de dar um sentido diferente ao texto, mas em nenhum dos casos altera uma verdade espiritual ou uma narração de um acontecimento. Por isso podemos dizer que o Novo Testamento é 99,33% puro. E isto não acontece com nenhum outro texto antigo do mundo.
A qualidade dos manuscritos do Novo Testamento em relação a outros escritos clássicos é muito maior pois os copistas o faziam com um zelo maior. Os copistas estavam conscientes que copiavam a Palavra de Deus.
CONCLUSÃO
Assim, podemos comprovar a credibilidade e a veracidade da Bíblia.
A Bíblia é o documento antigo mais bem preservado da história, com manuscritos datados com maior proximidade do original, com maior quantidade e maior qualidade.
Mais nenhum livro da história tem este crédito, pois também mais nenhum foi inspirado por Deus.
Por isso podemos confiar na Bíblia, pois ela também tem provado a Sua veracidade.
Então vamos ler este Livro maravilhoso!
Junta-te a nós