Débora Pimentel
24 janeiro 2025
4 min para ler
A Bíblia é composta pelo Antigo Testamento, com 39 livros, e pelo Novo Testamento, com 27 livros. Todos estes livros foram dados por inspiração de Deus, para serem o nosso modelo de fé e vida prática (2Timóteo 3.16). Estes 66 livros formam o cânon bíblico.
A palavra cânon significa regra, modelo, exemplo, referência.
Por exemplo: É como uma unidade de medida. 1 cm tem a mesma medida em qualquer régua porque assim foi definido e não pode ser alterado.
O cânon bíblico são os livros aceites como inspirados por Deus e, como os 66 livros fazem parte do cânon, não podem ser alterados, acrescentados ou retirados.
Deus inspirou escritores e por isso podemos dizer que estamos a ler realmente a Palavra de Deus. Mas como sabemos que os 66 livros foram escolhidos por Deus? Será que havia livros que deviam estar na Bíblia, mas foram excluídos pelos homens? Ou será que temos livros na Bíblia que não foram inspirados por Deus? Como foi o processo de escolha do cânon bíblico?
O problema em determinar o cânon bíblico é que não temos uma lista dada por Deus dos livros que devem pertencer à Bíblia.
ANTIGO TESTAMENTO
Os judeus têm os mesmos 39 livros do nosso Antigo Testamento, a que eles chamam de Escrituras, pois a maioria não reconhece o Novo Testamento. Por isso, não foi muito difícil a escolha destes livros, pois já havia uma tradição de leitura destes livros entre os judeus.
Em 250 d.C. houve uma concordância quase universal.
A escolha do cânon foi um processo feito primeiro por rabinos judeus, mais tarde pelos primeiros cristãos, e depois pelas maiores autoridades da Igreja Católica Apostólica Romana.
Em geral os livros que constavam no cânon tinham de ter:
A maior dificuldade deveu-se aos livros apócrifos. Livros apócrifos são livros que não foram reconhecidos como sendo inspirados por Deus, embora tenham valor histórico.
Entre Malaquias e João Baptista houve um período de 400 anos. Durante este período Deus não se revelou, mas os judeus escreveram centenas de livros sobre esse tempo. Alguns dos ensinamentos são questionáveis e vão contra a mensagem central dos outros livros reconhecidos como inspirados, e outros trazem textos fantasiosos e erros históricos.
É por isso que estes livros, embora tenham valor histórico, não têm nenhuma autoridade para a Igreja, e nem podem ser aprovados ou utilizados.
Apesar disso, estes livros foram aceites por muitos, por considerarem que tinham informações úteis. Mas, também, muitos lutaram para que eles não fizessem parte do cânon por não serem inspirados por Deus.
NOVO TESTAMENTO
Em relação aos livros do Novo Testamento o processo foi mais complicado.
Só evangelhos existem cerca de 100 que foram escritos com lendas sobre Jesus. Sendo que os 4 Evangelhos que temos na Bíblia não nos falam sobre a infância de Jesus, houve quem quisesse escrever estórias para satisfazer a curiosidade das pessoas. Assim temos estórias inventadas que nos dizem que, por onde Jesus passava nasciam flores e saiam borboletas, que Jesus um dia encontrou um passarinho morto tocou nele e o passarinho começou a voar, que matou um professor por o ter reprovado na escola, etc.
O mesmo acontece com dezenas de livros de atos, cartas e apocalipses.
No concílio de Niceia que se deu a 325 d.C. foram usados vários princípios para determinar se um livro do Novo Testamento era realmente inspirado por Deus:
Só no séc. IV, a igreja cristã reconheceu os 66 livros como inspirados por Deus.
Esta escolha foi feita por homens, mas pela fé, acreditamos que Deus esteve sempre presente em todo o processo e sabemos que os requisitos para identificar os livros inspirados por Deus foi rigoroso.
Assim podemos garantir que os 66 livros são inspirados por Deus e são os únicos livros que devem constar do cânon bíblico. Quaisquer outros livros, que existem ou possam vir ainda a ser encontrados, podem ser considerados de valor religioso e histórico, mas não devem ser acrescentados à Bíblia.
Junta-te a nós